O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), Augusto Couto, reuniu-se com o representante da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Ives Déda Gonçalves, e uma comissão representando 350 trabalhadores do Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro, em Lagarto, na manhã desta quarta-feira, 22, para saber sobre como ficará o destino dos atuais profissionais visto que foi divulgado que no dia 6 de dezembro cerca de 70 trabalhadores concursados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) começarão suas atividades no hospital.
A preocupação da classe trabalhadora atual é que até o momento não foi informada se continuaram no mesmo hospital, se serão transferidos para Aracaju ou outra localidade e, se houver transferência para alguns, qual será a prioridade para estas mudanças. Durante a reunião, o representante da FHS não soube informar sobre estas questões. Diante disso, os trabalhadores decidiram em assembleia, realizada após a reunião, que se até o dia 5 de dezembro não houver uma resposta oficial, haverá paralisação de 24 horas, no dia 6, com manifestação na frente do hospital, a partir das 7 horas.
De acordo com o presidente do Sintasa, Augusto Couto, os trabalhadores do hospital estão angustiados em relação à permanência deles ou não. “Recebemos, na semana passada, estes trabalhadores que relataram novamente o drama que estão vivendo, então, marcamos com a FHS e eles para esta reunião. Infelizmente, não tivemos uma resposta, mas já deliberamos esta paralisação para ver se conseguiremos uma posição da fundação”, explicou Augusto Couto, que fez a visita com o advogado do sindicato, Adalício Morbeck e o gerente Janderson Alves.
O advogado Adalício Morbeck alerta que muitos trabalhadores tem casa própria no município de Lagarto, vínculo laboral em outro local e outras situações que denotam uma vida estabelecida naquela localidade. “Alguns não sabem se devem matricular para o próximo ano seus filhos em Lagarto ou em Aracaju, não sabem se devem vender suas casas e outros não sabem de conseguirão compatibilizar os dois vínculos”, explica Morbeck.
Entenda o caso
O impasse da classe trabalhadora deu-se pelo fato de que, em 2014, o Governo do Estado fez a doação do hospital para a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e esta fez uma transição de gestão para a Ebserh. No início, a empresa fez o dimensionamento estrutural, de equipe e de trabalho no hospital, e a partir do resultado dessa avaliação seria encaminhada para a fundação e para a UFS as decisões em relação as providências sobre as equipes que iriam compor o quadro do hospital sob o comando da Ebserh.
O Sintasa não vem de agora tentando costurar uma negociação entre os responsáveis pelo hospital com os trabalhadores. Em dezembro de 2014, logo que houve a assinatura da doação, o sindicato buscou receber um posicionamento, e em setembro de 2015, o Sintasa reuniu-se com a direção da FHS e a comissão de trabalhadores, justamente, para tentar solucionar este impasse.