Com apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), os trabalhadores do Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro, em Lagarto, realizaram uma paralisação de 24 horas a partir da manhã desta quarta-feira, 6, por não saberem sobre suas empregabilidades futura, visto que esta semana mais de 50 profissionais concursados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) começaram as suas atividades no hospital.
A paralisação contou com um ato na frente do hospital e uma assembleia que ficou deliberada que o Sintasa irá enviar outro ofício à Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) dando um prazo até o dia 12 de dezembro para se pronunciar em relação ao futuro das categorias. Caso isto não ocorra, haverá outra paralisação de 24 horas no dia 13 de dezembro, com indicativo de greve. A preocupação da classe trabalhadora atual é que até o momento não foi informada se continuaram no mesmo hospital, se serão transferidos para Aracaju ou outra localidade e, se houver transferência para alguns, qual será a prioridade para estas mudanças.
Durante o ato, um representante da Ebserh explicou que após assinatura do contrato entre a empresa e a FHS, os trabalhadores teriam um prazo de 12 meses para saberem como seria feita a logística de trabalho de todos. Diga-se, que a assinatura não tem data prevista por se encontrar na Procuradoria Geral do Estado. “Nós ouvimos isto do representante da Ebserh, mas queríamos algo oficial da própria Fundação Hospitalar de Saúde”, disse o diretor do Sintasa, Adaílton dos Santos, que esteve no local acompanhado da diretora Maria Auxiliadora e do gerente do Sintasa, Janderson Alves.
Drama
O advogado do Sintasa, Adalício Morbeck, alerta que muitos trabalhadores tem casa própria no município de Lagarto, vínculo laboral em outro local e outras situações que denotam uma vida estabelecida naquela localidade. “Alguns não sabem se devem matricular para o próximo ano seus filhos em Lagarto ou em Aracaju, não sabem se devem vender suas casas e outros não sabem de conseguirão compatibilizar os dois vínculos”, explica Morbeck.
O impasse da classe trabalhadora deu-se pelo fato de que, em 2014, o Governo do Estado fez a doação do hospital para a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e esta fez uma transição de gestão para a Ebserh. No início, a empresa fez o dimensionamento estrutural, de equipe e de trabalho no hospital, e a partir do resultado dessa avaliação seria encaminhada para a fundação e para a UFS as decisões em relação as providências sobre as equipes que iriam compor o quadro do hospital sob o comando da Ebserh.
O Sintasa não vem de agora tentando costurar uma negociação entre os responsáveis pelo hospital com os trabalhadores. Em dezembro de 2014, logo que houve a assinatura da doação, o sindicato buscou receber um posicionamento, e em setembro de 2015, o Sintasa reuniu-se com a direção da FHS e a comissão de trabalhadores, justamente, para tentar solucionar este impasse.