Os auxiliares e técnicos de enfermagem e demais servidores da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), representados pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), estão paralisados por 24 horas até 7h desta sexta-feira, 25, por conta de não terem suas reivindicações atendidas pelo Governo do Estado. Nesta quinta-feira, 24, das 7h às 10h, promoveram ato solidário de doação de sangue no Hemose. Em assembleia após o ato, deliberaram uma paralisação de 48 horas, a partir do dia 7 de março.
As duas principais bandeiras de luta da categoria são a recomposição salarial, que há 10 anos não ocorre; e a assinatura do Termo de Compromisso para que os servidores estatutários também tenham o direito do auxílio-alimentação dos celetistas, inclusive, de forma retroativa.
De acordo com o presidente do Sintasa, Augusto Couto, apesar do anúncio, nessa quarta-feira, 23, do governador do estado que encaminharia um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para conceder reajuste salarial de 34,44% aos servidores públicos, o líder sindical alerta que este reajuste maior só beneficiará parte dos servidores da saúde, o restante terá reajuste de 10% e a maior fatia de apenas 5%.
“O reajuste anunciado pelo governo, sem debater com o Sintasa, não contempla toda categoria como deveria. Além disso, outras reivindicações da categoria não foram atendidas. A preocupação é com os servidores da Fundação Hospitalar de Saúde, Funesa e Parreiras Horta, que são do regime celetista e que reúne a maior parte dos servidores da saúde, representados pelo sindicato, em torno de seis mil trabalhadores”, explica Couto.
Muitos servidores que não aderiram ao PCCV e só recebem quase R$ 850,00 só terão 5% de reajuste. “É muito pouco. O governador deveria abrir espaço para os servidores que puderam aderir ao PCCV e não fizeram, possam fazer agora. É preciso um olhar diferenciado por parte do Governo do Estado”, afirma o presidente do Sintasa.
De um lado tem os servidores celetistas que não foram contemplados no reajuste como deveriam, por outro lado, tem os servidores estatutários que ainda não foram prestigiados com a assinatura do Termo de Compromisso para terem direito ao mesmo auxílio-alimentação que os celetistas recebem desde janeiro.
Outras reivindicações
A categoria luta ainda pela revisão do Programa de Emprego e Remuneração (PER); 30 horas semanais e retorno das gratificações cortadas dos estatutários administrativos.
Nacionalmente, o sindicato ainda apoia com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) a PL 2564/2020 que reza sobre o Piso Nacional da Enfermagem.
Paralisação
Os servidores deliberaram em assembleia que o próximo passo da categoria será a promoção de outra paralisação, mas desta vez de 48 horas, que será nos dias 7 e 8 de março. Nos dois dias haverá ato público, das 7h às 10h. No primeiro, será na frente da SES e o segundo dia será na Assembleia Legislativa de Sergipe.
Durante o ato solidário desta quinta-feira, muitos servidores aproveitaram a oportunidade para fazer doação de sangue a fim de aumentar o estoque no Hemose para este feriado. “Diante do Carnaval que está vindo aí, o Sintasa com o apoio dos servidores promoveu este dia de doação de sangue e é uma forma de mostrar a sociedade que não estamos pensando somente nos nossos direitos, mas também sendo solidários a todos que precisam de sangue”, completa o líder sindical.
Estiveram presentes nas atividades da manhã, além do presidente Augusto Couto, os diretores Adaílton dos Santos, Maria de Lourdes, Maria Edite e o gerente-executivo Janderson Alves, além de colaboradores e servidores de todo o estado.