Os funcionários da Fundação Hospitalar de Saúde, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), começaram na manhã desta terça-feira, 1º de junho, uma paralisação de 24 horas para reivindicar algumas causas como o reajuste salarial defasado há 10 anos, tíquete-alimentação, finalização do Acordo Coletivo do Trabalho e 30 horas semanais para a categoria. Além desta iniciativa, com o apoio do sindicato, realizaram ato público na frente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), das 8h às 10h, para pedir apoio aos deputados estaduais.
“A categoria da saúde sofre há 10 anos sem reajuste salarial, não é valorizada nestes anos todos, e mesmo neste momento de pandemia, quando a atenção precisa ser bem maior por conta dos riscos de contaminação, não consegue nem mesmo finalizar um acordo coletivo. Estamos cansados desta falta de valorização. Somos profissionais imprescindíveis para a sociedade, mas não recebemos o que merecíamos pela gestão pública”, reclama, Augusto Couto, presidente do Sintasa.
Após o ato, os trabalhadores realizaram uma assembleia com a diretoria do Sintasa e deliberaram a realização de outra paralisação de 24 horas, no dia 8 de junho, na próxima terça-feira, com ato público desta vez na frente do Palácio do Governo. “Esta paralisação não será somente no Hospital de Urgência de Sergipe e nem apenas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, mas também em todas as Regionais gerenciadas pela FHS”, explica Augusto Couto.
A negociação do novo Acordo Coletivo se arrasta há anos. Na rodada mais recente, os trabalhadores deliberaram uma contraproposta no dia 24 de maio deste ano, mas a gestão quer mais seis meses para avaliar todos os pontos. Na assembleia desta terça-feira, a categoria não aceitou ceder mais este tempo e abriu caminhos para uma série de paralisações e atos públicos a partir desta terça-feira.
“Como é no Palácio do Governo que o governador assina suas decisões, então será para lá que os trabalhadores irão se reunir na próxima terça-feira. Queremos que ele assine benefícios aos trabalhadores da saúde como tíquete-alimentação, insalubridade para 40% da categoria, reajuste salarial. Só para se ter uma ideia, os auxiliares e técnicos de enfermagem celetistas, que são concursados, recebem salário-base de R$ 1.045,00. Isto é inaceitável e revoltante”, declara o presidente do Sintasa.
Contraproposta
No documento encaminhado à Secretaria de Estado da Saúde e FHS, a categoria pede tíquete-alimentação para todos os trabalhadores representados pelo Sintasa de R$ 300,00, a partir de 1º de agosto; R$ 450,00, a partir de 1º de novembro; e R$ 600,00, a partir de 1º de janeiro de 2022.
No tocante à revisão do Plano de Emprego e Remuneração (PER) e PCCV, querem que a SES e FHS criem a comissão entre sindicato e gestão para fazer a revisão de imediato a fim de que seja implementada efetivamente no contracheque do trabalhador a partir de 1º de agosto. Neste período, seria criada a comissão como também haveria a avaliação de cada trabalhador para que seja feita realmente a efetivada implementação do PER e do PCCV no contracheque dos empregados, havendo assim ganho real.
Sobre as 30 horas semanais, o documento apresenta a contraproposta de que, independente do Congresso Nacional e Senado, a partir de 1º de novembro, iniciaria a implantação desta nova carga horária de trabalho, com aprovação de lei na Alese.