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O Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa) avisa que os servidores do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Lagarto, iniciarão uma greve, nesta quarta-feira (28), por tempo indeterminado. A medida será tomada visto que – na reunião desta terça-feira, na sede da Procuradoria do Trabalho de Itabaiana – a direção do hospital não apresentou nenhuma solução para os salários atrasados dos servidores, que no fim deste mês completará três meses.
De acordo com as diretoras do Sintasa, Maria das Graças e Maria de Lourdes, nesta quarta-feira haverá uma assembleia com os servidores do hospital, em Lagarto, às 10 horas, para iniciar a greve oficialmente. As líderes sindicais disseram ainda que o sindicato buscará judicialmente o pagamento das verbas trabalhistas e contará com o apoio institucional do Ministério Público do Trabalho, conforme ficou relatado no termo de audiência.
“Queremos deixar claro que a ação que iremos fazer não é política e nem uma perseguição à família Reis, mas apenas uma luta em prol dos trabalhadores que estão com os salários atrasados”, disse Maria das Graças, enfatizando que a greve não é por falta de equipamento ou condições de trabalho, mas por uma causa muito mais grave. “É inadmissível um trabalhador não receber o seu salário”. A depender do resultado da ação judicial, as contas bancárias do hospital poderão ser bloqueadas.
Prefeitura
Para piorar o cenário, durante a audiência, o prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro, avisou que iria suspender o contrato entre a prefeitura e o hospital uma vez que o mesmo não está cumprindo com a demanda dos serviços, conforme pré-estabelecido no contrato. O prefeito exemplificou que eram para ser feitas 172 ultrassonografias, mas o hospital só conseguiu realizar 27. Segundo o político, pelo preço que a prefeitura paga pelos serviços pode conseguir fazê-los em qualquer instituição. Valmir Monteiro voltou a afirmar que não entende o atual quadro financeiro do hospital, visto que a prefeitura em um ano teria pagado cerca de R$ 1,5 milhão. Ele também esclareceu que não se responsabiliza pelos pagamentos dos salários porque não existe lastro jurídico para a resolução desse problema por parte do município.
O procurador do Trabalho, Raymundo Lima Ribeiro Júnior, explicou que as questões relacionadas aos serviços de saúde não são de atribuição do Ministério Público do Trabalho, e sim do Ministério Público Estadual, que já está tomando as medidas ministeriais cabíveis, conforme informado pelos presentes.
O procurador tentou ainda que a direção do hospital assinasse o Termo de Ajustamento de Conduta, mas os representantes da instituição reiteraram a impossibilidade de se comprometer ao pagamento dos salários atrasados de seus empregados.
Participaram da audiência o procurador Raymundo Lima Ribeiro Júnior; as diretoras do Sintasa, Maria das Graças e Maria de Lourdes, com o advogado do sindicato, Luiz Ferreira Vasco; os representantes do hospital Sérgio Reis e Lívia de Almeida, acompanhados do advogado Uarlei Niasson; além das delegadas da Base e servidores do hospital.
Texto: Kleber Santos
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