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O Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde de Sergipe (Sintasa) ao lado de outros sindicatos da saúde realizou, nesta terça-feira (6), uma paralisação de 24 horas em todo o estado com os trabalhadores na frente do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). Um dos pontos marcantes do ato, que contou ainda com um café da manhã oferecido aos servidores, foi a caminhada partindo do HUSE até a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, na mesma avenida Tancredo Neves, onde outro grupo de trabalhadores já estavam esperando. Nesta quinta-feira (8), a comissão de sindicatos estará se reunindo na mesa de negociação com o governo e, caso não receba o projeto do governo, irá ser marcada uma assembleia geral com os trabalhadores para deflagrar uma greve por tempo indeterminado.
Presidente do Sintasa, Augusto Couto, demonstra toda a insatisfação da categoria com o Governo do Estado (Fotos: Kleber Santos / Sintasa)
A ideia da mobilização desta terça-feira foi chamar a atenção do Governo do Estado para que o Plano de Emprego e Rendimento (PER) – voltado para os servidores celetistas – seja concretizado, e o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) – da classe estatutária, seja finalizado, visto que se arrasta há quase dois anos. A mobilização serviu ainda para a categoria reivindicar melhoras nas condições de trabalho, carência de medicamentos e um cardápio mais qualificado nas unidades de saúde.
De acordo com o presidente do Sintasa, Augusto Couto, o ato serviu para mostrar a unificação dos sindicatos e para trazer a insatisfação dos profissionais da Saúde em relação a uma série de reivindicações. “Não estamos sendo bem tratados pelo governo, que não está cumprindo com os acordos firmados com os sindicatos. Por exemplo, no dia 30 de setembro, era para ser implantado o PER, mas isso ainda não foi colocado em prática. No PCCV, nós fizemos todas as equivalências dos cargos, e no dia 20 de outubro o governo ficou de entregar todos os enquadramentos dos profissionais, mas isso não foi entregue”, reclama Augusto.
Morosidade
O líder sindicalista espera que o Governo do Estado resolva todas as pendências com a categoria porque só existe esse mês de novembro para trabalhar, uma vez que em dezembro a Assembleia Legislativa entra em recesso. “Ou a gente consegue fechar o plano de carreira com o projeto este mês, ou vai passar para o próximo ano, só vamos voltar a negociar depois do Carnaval. Por isso, nós queremos acelerar essa morosidade do governo para que o PCCV seja implantado em janeiro de 2013”.
Outro ponto de conflito da categoria é a falta de condições de trabalho e a carência de material e medicamentos. “Ouvimos agora vários relatos de pessoas que trabalham no HUSE e que confirmaram a falta de muitos medicamentos. E isso percebemos em todas as regionais do interior por onde o Sintasa tem visitado”, diz Augusto.
Maria da Graça, diretora do Sintasa, diz que os trabalhadores estão impacientes com o descaso do governo
Descaso
A diretora do Sintasa, Maria da Graça, salienta que a categoria está sem paciência com o descaso do governo. “Nós estamos impacientes, os trabalhadores também, e o que vem acontecendo na administração dos hospitais tanto do HUSE como dos regionais é séria. Temos recebido denúncias de usuários e de trabalhadores que relatam a falta do mínimo para se trabalhar. E sem condições de trabalho não tem como realizar a sua tarefa com gosto e satisfação”, diz Graça.
A falta de variedade no cardápio dos pacientes e dos trabalhadores é outro ponto de insatisfação. Só para se ter ideia, no HUSE, os pratos variam em estrogonofe com ovo, ovo à milanesa, omelete com verdura, ovo ao creme, ovo à chapa, moqueca de ovo e ovo frito. Sem contar quando o arroz é uma espécie de reciclado, ou seja, aproveitam a sobra do arroz de outra refeição. Há reclamação ainda da falta de água tanto para os servidores como para os usuários no setor de pediatria e pronto-socorro do HUSE.
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